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"O Pacto de Gomes Pais e Ramiro Pais" é um documento escrito em galaico-português no séc. XII, em Santa Maria de Arnoso e que, segundo estudo do professor catedrático da Universidade de Santiago de Compostela, José António Souto Cabo, é o mais antigo escrito em português de que há conhecimento. «Trata-se da reprodução em escrito do acórdão de não agressão e ajuda recíproca a que chegaram dois irmãos fidalgos do Minho, provavelmente filhos de Paio Guterres da Silva (1129-1143) e aos quais as fontes documentais posteriores atribuíram os nomes de Gomes Pais da Silva e Ramiro Pais da Cunha», explica o professor catedrático José António Souto Cabo. «O titular do diploma, Gomes Pais, compromete-se a não intervir na "vila" que Ramiro Pais possuía em Santa Maria de Arnoso. Ao mesmo tempo ambos pactuam ajuda mútua num âmbito territorial que ia dessa vila até ao antigo julgado de Froião*, espaço, este último, em que provavelmente Gomes Pais concentrava o seu património».

Não seria nada de estranho, na época, entre parentes com propriedades contíguas, mas o documento que formaliza este acordo, conservado na Torre do Tombo, em Lisboa, apresenta uma característica invulgar: não está redigido em latim. José António Souto, professor de História da Língua na Universidade de Santiago de Compostela, acredita que se trata do mais antigo documento escrito em galaico-português até hoje identificado. Apesar de estar sem data, Souto Cabo encontrou uma forma de datá-lo como sendo anterior a 1175. A data foi determinada pelas indicações do texto em latim, do outro lado do pergaminho, um suporte para escrita feito de pele de carneiro. "Os escrivães preferiam sempre o lado da carne, porque pegava melhor a tinta. Do lado do pêlo, está um contrato em latim, de compra e venda, datado de 1175", conta Souto Cabo. Como o pacto tinha um prazo de validade de dois anos, o documento de compra e venda deveria ser posterior: "Era normal a reutilização do pergaminho depois da caducidade do outro lado. A reutilização era sistemática.” Além de utilizarem o suporte no verso, na época era comum apagarem os textos dos pergaminhos para reescreverem nele. Souto Cabo acredita que as características do pergaminho fizeram com que o texto em português do pacto entre irmãos não fosse perdido: "Esse pergaminho é muito fino e por isso não dá para apagar. No entanto, como é muito fino, isso confere ao pergaminho uma grande qualidade.” Segundo Souto Cabo, o facto de o notário ter escrito o pacto em português deve-se a que o texto não repetia o que os documentos habituais costumavam apresentar. Normalmente, os notários tinham modelos de documentos e apenas trocavam os dados, como os nomes de locais e de pessoas - o que era impossível com o pacto. Para ajudar a fixar a data do pergaminho, Souto Cabo encontrou em Braga documentos relativos aos irmãos Ramiro e Gomes, que ele acredita serem os mesmos do pacto, apesar de Pais ser um sobrenome muito comum na época. O pacto entre os irmãos Pais tinha sido depositado na Mitra de Braga - foi para a Torre do Tombo devido ao trabalho de Alexandre Herculano, que no século 19 percorreu as bibliotecas dos conventos portugueses recolhendo os documentos mais antigos e mais valiosos para o  arquivo nacional.
*Julgado de Froião que abarcava Paredes de Coura e a parte norte de Valença, na época Medieval.

 

publicado por Paulo da Silva às 22:02

boas :) enviei este e-mail a varias entidades:

"boa noite

Hoje estava curioso a ver o patrimonio arqiuologico e monumental do concelho, quando reparo numa situaçao. Eu sou da freguesia de Arnoso Santa Maria e, nao sei porque razao, nao surge nenhuma referencia sobre ela... Chamo-vos a atençao para a existencia do cruzeiro da quinta, cruzeiro com sensivelmente 500 anos de historia, que foi colocado num lugar estratergico que assinalava um antigo caminho de santiago. penso que merecia mais atençao, pois e um patrimonio que merece ser estudado e nao pode ser esquecido, a bem da histioria da freguesia de arnoso santa maria (situa-se no lugar da quinta), e repleto de uma beleza natural fantastica. ja agora gostava de vos chamar a atençao a igreja de arnoso santa maria, que tem no seu interior, para alem de um lindissimo altar-mor, uma placa datada do sec. XIV. Para finalizar, nao me quero esquecer da linhagem dos condes de arnoso, personagens historicas nao so do concelho, mas tambem do pais (julgo que tudo isto merecia mais atençao), bem como o que se julga ser, segundo alguns historiadores, o primeiro documento em lingua portuguesa alguma vez escrito e que foi redigido em arnoso santa maria.

julgo que sao razoes para darem atençao ao patrimonio e historia desta freguesia.

com os melhores cumprimentos, espero uma resposta.

Cristovao Rodrigues"

tambem me preocupo com o futuro da nossa freguesia
parabens pelo blog
Cristovao Rodrigues a 14 de Outubro de 2009 às 23:55

Boa Noite amigo!

De facto partilhamos algo em comum, o gosto pela nossa freguesia.
Estou a tentar recolher alguns elementos sobre a história de Arnoso para dar a conhecer a nossa freguesia.
Se tiver cópia de algum documento ou conhecimento de algum facto que concidere relevante agradeço que o envie.
Paulo da Silva a 15 de Outubro de 2009 às 00:29

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